terça-feira, 10 de julho de 2018

O ENSINO DE HISTÓRIA NO BRASIL


          O debate sobre o ensino de História não é algo recente. Em especial nas últimas três décadas, tem havido um crescente interesse em reavaliá-lo e dar-lhe novos significados, ampliando-se os campos de pesquisa. No Brasil, coube à História adaptar-se às novas demandas da sociedade: globalização, surgimento de novas tecnologias, dentre outras. Coube-lhe, também, a função de formar indivíduos com noções de cidadania, respeito às diferenças e defensores de ideais democráticos.
Para o ensino fundamental, uma importância trazida pelos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) foi possibilitar o contato dos alunos das séries iniciais com a História do Brasil, o que antes era restrito ao conhecimento local e regional. Houve, também, alterações quanto ao conteúdo programático. Tornou-se obrigatório, por exemplo, a inclusão da História e da Cultura Afro-brasileira e Indígenas nos currículos escolares.
Essas mudanças, no entanto, provocaram a necessidade de capacitação de professores nessas áreas. Além disso, fez-se imperiosa a criação de materiais de apoio para a ministração dessas temáticas, até então inexistentes ou insuficientes.
Um problema, ainda dominante, é o pensamento, de que se deve ensinar à criança primeiro a ler e a escrever para depois ensiná-la, por exemplo, História ou Geografia. Esse foco na alfabetização, porém, além de desvalorizar a disciplina histórica, provoca a fragmentação do processo de ensino-aprendizagem.
Outro problema existente é relativo à baixa qualidade dos livros didáticos de apoio ofertados no ensino público. Felizmente, essa situação parece estar sendo modificada, através de um grande esforço para melhorar o conteúdo e a forma desses materiais.
Apesar dos avanços, persiste, porém, a tendência de ensinar História tendo como referência a europeia e, quando possível, articular com os conteúdos nacionais, africanos, indígenas, dentre outros. Essa tendência mostra a visão conservadora que ainda existe.
Por fim, é essencial reforçar a relevância do papel do professor para a qualidade na educação. Torna-se de fundamental importância o seu constante aperfeiçoamento, a valorização de suas carreiras por parte de políticas públicas e a melhoria das condições de trabalho.
Certamente, foram muitos os avanços no ensino da História nas últimas décadas. Não obstante, são grandes os desafios a serem enfrentados, nesse processo dinâmico e complexo na busca por uma educação melhor.