O
debate sobre o ensino de História não é algo recente. Em especial nas últimas
três décadas, tem havido um crescente interesse em reavaliá-lo e dar-lhe novos significados,
ampliando-se os campos de pesquisa. No Brasil, coube à História adaptar-se às novas
demandas da sociedade: globalização, surgimento de novas tecnologias, dentre
outras. Coube-lhe, também, a função de formar indivíduos com noções de
cidadania, respeito às diferenças e defensores de ideais democráticos.
Para
o ensino fundamental, uma importância trazida pelos Parâmetros Curriculares
Nacionais (PCN) foi possibilitar o contato dos alunos das séries iniciais com a
História do Brasil, o que antes era restrito ao conhecimento local e regional. Houve,
também, alterações quanto ao conteúdo programático. Tornou-se obrigatório, por
exemplo, a inclusão da História e da Cultura Afro-brasileira e Indígenas nos
currículos escolares.
Essas
mudanças, no entanto, provocaram a necessidade de capacitação de professores
nessas áreas. Além disso, fez-se imperiosa a criação de materiais de apoio para
a ministração dessas temáticas, até então inexistentes ou insuficientes.
Um
problema, ainda dominante, é o pensamento, de que se deve ensinar à criança
primeiro a ler e a escrever para depois ensiná-la, por exemplo, História ou
Geografia. Esse foco na alfabetização, porém, além de desvalorizar a disciplina
histórica, provoca a fragmentação do processo de ensino-aprendizagem.
Outro
problema existente é relativo à baixa qualidade dos livros didáticos de
apoio ofertados no ensino público. Felizmente, essa situação parece estar sendo
modificada, através de um grande esforço para melhorar o conteúdo e a forma
desses materiais.
Apesar
dos avanços, persiste, porém, a tendência de ensinar História tendo
como referência a europeia e, quando possível, articular com os conteúdos
nacionais, africanos, indígenas, dentre outros. Essa tendência mostra a visão
conservadora que ainda existe.
Por
fim, é essencial reforçar a relevância do papel do professor para a qualidade
na educação. Torna-se de fundamental importância o seu constante
aperfeiçoamento, a valorização de suas carreiras por parte de políticas
públicas e a melhoria das condições de trabalho.
Certamente,
foram muitos os avanços no ensino da História nas últimas décadas. Não
obstante, são grandes os desafios a serem enfrentados, nesse processo
dinâmico e complexo na busca por uma educação melhor.
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