domingo, 2 de dezembro de 2018

PARTICIPAÇÃO EM EVENTOS ACADÊMICOS INTERNACIONAIS


Balizados pelo movimento de renovação da História Militar, que vem ocorrendo a nível mundial e, em especial, no nosso país, a Delegacia da Academia de História Militar Terrestre do Brasil/ Clube de História EASA marcou presença no X Encuentro Internacional de Historia sobre la Guerra de la Triple Alianza.
O evento ocorreu dos dias 15 a 17 de novembro, na cidade de Asunción, capital do Paraguai. Nas duas primeiras jornadas, no auditório da Biblioteca do Congresso Nacional do Paraguai, houve apresentações de pesquisadores dos 4 países envolvidos no conflito. No último dia, ocorreu um passeio aos sítios de Ytororó, Yaguarón e ao Acampamento de Cerro León. 
Um dos principais pontos turísticos da capital paraguaia. Ao fundo, o Palácio de López, atual Congresso Nacional.
Este evento buscou congregar acadêmicos, docentes, estudantes e pesquisadores, militares e civis, da Guerra da Tríplice Aliança. A proposta foi de articular o campo da História Militar com outras disciplinas, tais quais a Sociologia, a Antropologia, o Direito, a Psicologia, a Ciência Política, dentre outras, enfatizando o estudo de diferentes problemáticas referentes ao tema. 

No próximo ano (2019), este evento será organizado pela Diretoria do Patrimônio Histórico e Cultural do Exército (DPHCEx), na cidade de Dourados - MS.

Abertura do evento, a cargo da Asociación Cultural Mandu´ara.


Membros da Delegacia de Cruz Alta da AHiMTB/RS.

Foto com o Gen Bergo, chefe do CEPHiMEx.
Foto com Eduardo Nakayama, um dos organizadores do evento, da Asociación Cultural Mandu´ara.
Demais integrantes da AHiMTB/RS durante almoço de confraternização.
Almoço de confraternização.
Foto no monumento alusivo à Batalha de Ytororó.
EM TEMPO: No dia 26 de setembro do corrente ano, os pesquisadores Gustavo Araújo e Ramon Vilas Boas apresentaram uma palestra no III Seminário Internacional de Educação da Universidade Estadual do Rio Grande do Sul, versando sobre o tema: História e Memória - O Exército Brasileiro na cidade de Cruz Alta.

Apresentação em Seminário da UERGS.

sábado, 8 de setembro de 2018

APRESENTAÇÃO DE TRABALHO NO III SIMPÓSIO NACIONAL DE HISTÓRIA MILITAR

              Dos dias 14 a 17 de agosto do corrente ano, realizou-se nas dependências da Escola de Comando e Estado Maior do Exército (ECEME), o III Simpósio Nacional de História Militar. O evento congregou acadêmicos, docentes, estudantes e pesquisadores da História Militar, civis e militares, na busca por articular este campo, tratando da pesquisa na área, das problemáticas referentes ao seu objeto, seus métodos e técnicas de pesquisa, suas relações com outras dimensões da História e com outras disciplinas como a Sociologia, a Antropologia, a Ciência Política, bem como da utilização dos arquivos militares e institucionais no Brasil e na América.

 

              O objetivo do Simpósio foi, mais uma vez, consolidar a História Militar como área de pesquisa interdisciplinar, plural e polifônica, visando congregar as diferentes perspectivas de trabalhos acadêmicos em andamento. A programação contou com debates sobre os estudos da área em curso no Brasil, por intermédio de conferências, mesas redondas e simpósios temáticos.

               Na ocasião, o editor do Blog pôde apresentar um trabalho sobre a participação militar do Brasil na I Guerra Mundial, que completa neste ano um século. Além disso, possibilitou reencontrar companheiros pesquisadores de longa data.
 

terça-feira, 10 de julho de 2018

O ENSINO DE HISTÓRIA NO BRASIL


          O debate sobre o ensino de História não é algo recente. Em especial nas últimas três décadas, tem havido um crescente interesse em reavaliá-lo e dar-lhe novos significados, ampliando-se os campos de pesquisa. No Brasil, coube à História adaptar-se às novas demandas da sociedade: globalização, surgimento de novas tecnologias, dentre outras. Coube-lhe, também, a função de formar indivíduos com noções de cidadania, respeito às diferenças e defensores de ideais democráticos.
Para o ensino fundamental, uma importância trazida pelos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) foi possibilitar o contato dos alunos das séries iniciais com a História do Brasil, o que antes era restrito ao conhecimento local e regional. Houve, também, alterações quanto ao conteúdo programático. Tornou-se obrigatório, por exemplo, a inclusão da História e da Cultura Afro-brasileira e Indígenas nos currículos escolares.
Essas mudanças, no entanto, provocaram a necessidade de capacitação de professores nessas áreas. Além disso, fez-se imperiosa a criação de materiais de apoio para a ministração dessas temáticas, até então inexistentes ou insuficientes.
Um problema, ainda dominante, é o pensamento, de que se deve ensinar à criança primeiro a ler e a escrever para depois ensiná-la, por exemplo, História ou Geografia. Esse foco na alfabetização, porém, além de desvalorizar a disciplina histórica, provoca a fragmentação do processo de ensino-aprendizagem.
Outro problema existente é relativo à baixa qualidade dos livros didáticos de apoio ofertados no ensino público. Felizmente, essa situação parece estar sendo modificada, através de um grande esforço para melhorar o conteúdo e a forma desses materiais.
Apesar dos avanços, persiste, porém, a tendência de ensinar História tendo como referência a europeia e, quando possível, articular com os conteúdos nacionais, africanos, indígenas, dentre outros. Essa tendência mostra a visão conservadora que ainda existe.
Por fim, é essencial reforçar a relevância do papel do professor para a qualidade na educação. Torna-se de fundamental importância o seu constante aperfeiçoamento, a valorização de suas carreiras por parte de políticas públicas e a melhoria das condições de trabalho.
Certamente, foram muitos os avanços no ensino da História nas últimas décadas. Não obstante, são grandes os desafios a serem enfrentados, nesse processo dinâmico e complexo na busca por uma educação melhor.   




quarta-feira, 16 de maio de 2018

PIONEIRISMO PORTUGUÊS NAS GRANDES NAVEGAÇÕES


          Situado na porção mais oeste do continente europeu, Portugal, pequeno país ibérico, foi a primeira nação a se aventurar pelos mares desconhecidos. A conquista de Ceuta, ocorrida em 1415, sob o comando do Rei D. João I, foi o marco para o início da expansão ultramarina lusitana.
            O movimento que hoje conhecemos como Grandes Navegações, iniciado pelos portugueses, foi um feito de grande importância. Inclusive, muitos estudiosos consideram-no mais importante para o início da Idade Moderna do que a própria tomada de Constantinopla pelos árabes ou o advento da imprensa por Gutenberg. Entretanto, torna-se curioso o fato dessa empreitada ter sido realizada por um povo de território e populações pequenos, se comparados a outros países europeus da época. Vejamos, então, de forma resumida, os principais fatores que justificam o pioneirismo de Portugal em sua aventura "por mares nunca dantes navegados".
            Iniciaremos citando a localização favorável de Portugal. A grande maioria da população portuguesa vive, e sempre viveu, junto ao oceano. A atração para o mar foi incentivada pela posição geográfica do país, próximo às ilhas do Atlântico e à costa da África. O mar teria sido o "destino natural" para os portugueses. Dessa forma, desde muito cedo deu-se grande incentivo à construção naval. Inovações ocorridas no continente europeu também tiveram grande influência: a bússola, o astrolábio, o quadrante, as armas de fogo e a as primeiras cartas náuticas. Entretanto, a caravela, invenção lusitana, é a que merece maior destaque, tendo sido a principal embarcação utilizada nas navegações além-mar.

            Outro elemento fundamental para entendermos as causas que levaram Lisboa a sair na frente nas expedições marítimas foi a precoce centralização política do país. A monarquia portuguesa consolidou-se com a Revolução de Avis que, ocorrida entre 1383-1835 e apoiada pela burguesia, permitiu o fortalecimento do poder nas mãos do novo rei, D. João I, na Batalha de Aljubarrota. A centralização política, portanto, foi fundamental, uma vez que a Coroa era a grande empreendedora da expansão marítima. Alguns historiadores atribuem à criação da Escola de Sagres, supostamente fundada pelo infante D. Henrique (1394-1460), filho de D. João I, papel destacado para o desenvolvimento das técnicas navais.
             O desejo de ampliar o comércio também serviu de estímulo ao projeto marítimo português. A expansão possibilitaria a abertura de novos mercados no oriente e a criação de novas rotas pelo mar. O comércio das especiarias, bastante lucrativo, era dominado pelos italianos, o que atraiu milhares de pessoas em busca de novos mercados fornecedores, particularmente nas Índias.             
         Elencamos como último ponto, e muitas vezes subestimado no estudo das Grandes Navegações o espírito cruzadístico da época, no contexto da Reconquista da Península Ibérica. Esse movimento era visto como uma forma de propagar a fé cristã contra os infiéis, chamados de mouros, possibilitando a evangelização dos "povos bárbaros".


       As navegações encabeçadas pelos lusitanos, portanto, foram um projeto de toda a nação. Portugal tornou-se o epicentro de milhares de europeus que, em busca de aventuras, de dinheiro ou de salvação, transformaram a expansão marítima desse pequeno país ibérico em um dos eventos mais importantes da História.