Zuavo Baiano. |
O nome zuavo foi dado a certos regimentos de infantaria franceses, oriundos da colônia da Argélia, que lutaram na Guerra da Crimeia. Inspirados nestes, o termo passou a designar, no Brasil, as unidades de negros voluntários formadas para a Guerra da Tríplice Aliança contra o Paraguai, nos anos de 1865 e 1866.
Na Bahia, a participação de negros teve
grande importância durante as Guerras de Independência e essa influência serviu
de estímulo para que o a formação de copos de Voluntários da Pátria,
instituídos pelo decreto de 7 de janeiro de 1865. Já havia a tradição de
algumas províncias do Nordeste em formar tropas de negros, particularmente na
Bahia e em Pernambuco, que vinha desde o período colonial.
A
ideia de organizar corpos exclusivos de afrodescendentes foi do baiano Quirino
Antônio do Espírito Santo. Após a autorização vinda do presidente da província,
em 1º de fevereiro de 1865, começou a arregimentá-los como voluntários para
formar as companhias. A maior parte destas unidades foi incorporada ao 24º Batalhão
de Voluntários da Pátria.
Além
da cor da pele, os zuavos utilizaram
uniformes próprios, que, dentre outras peculiaridades, traziam no quepe as
iniciais ZB (Zuavos Baianos). O Conde
D´Eu, genro do Imperador D. Pedro II, em sua Viagem militar ao Rio Grande do Sul (1981) os considerou como a
"mais linda tropa de todo o exército brasileiro", e acrescentou a
seguinte referência à 1ª Companhia, e ficou bastante impressionado com as
tropas zuavas. A criação dos corpos de negros também ganhou
destaque nas manchetes dos jornais e foi utilizada como exemplo para o restante
da população.
Possivelmente,
o caso do zuavo mais notável tenha
sido o de Cândido Fonseca Galvão, conhecido também como Dom Obá II d´África. Nasceu
em 1845 em Lençóis, no interior baiano, e teria sido neto do rei Abiodum,
soberano do povo Oyo. Famoso por suas
vestes exóticas e possuidor de grande prestígio por parte da população
afrodescendente, participou da guerra como alferes, tendo conseguido
arregimentar cerca de trinta homens voluntários para compor a 3ª Companhia de Zuavos.
Companhias de Zuavos criadas na Bahia em 1865-66
Número
|
Comandante
|
Número de praças
|
1
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Tenente
Quirino Antônio do Espírito Santo
|
71
|
2
|
Tenente
Marcolino José Dias
|
85
|
3
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Tenente João
Francisco Barbosa de Oliveira
|
48
|
4
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Tenente
André Fernandes Galiza
|
56
|
5
|
Capitão
Militão de Jesus Pires
|
95
|
6
|
Tenente
Francisco Higino Carneiro
|
56
|
7
|
Tenente
Balbino Nunes Pereira
|
12
|
9
|
Alferes Manoel
do Nascimento e Almeida
|
56
|
10
|
Alferes
Eugenio José Moniz
|
51
|
11
|
Alferes
Nicolau da Silveira
|
29
|
8
|
Alferes
Nicolau Beraldo Ribeiro de Navarro
|
76
|
Total de Praças
|
635
|
Fonte: KRRAY, 2005.
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